Leituras






Berta, a grande
Cuca Canals

Berta Quintana acabara de fazer dezasseis anos, tinha um metro e noventa e era 
o ser humano mais alto de Navidad e possivelmente de toda a região.
Segundo dizia uma antiga lenda de Navidad, quando um bébé nascia sob o arco-íris, este teria um dom muito especial. (...) Dizia-se que o bébé do arco-íris poderia transformar o pão em ouro, que bastaria mexer um dedo para lavrar as terras, ordenhar uma dúzia de vacas ao mesmo tempo, cortar uma floresta inteira ou transformar as gotas de chuva em moedas.




A invenção de Hugo Cabret
Brian Selznick


Órfão, guardião dos relógios e ladrão, Hugo vive por entre as paredes de uma movimentada estação de comboios parisiense, onde a sua sobrevivência depende de segredos e do anonimato. Mas quando, repentinamente, o seu mundo se encaixa - tal como as rodas dentadas dos relógios que vigia - com o de uma excêntrica rapariga amante de livros e o de um velho amargo, dono de uma lojinha de brinquedos, a vida secreta de Hugo e o seu segredo mais precioso são colocados em risco.
Um desenho misterioso, um bloco que vale ouro, uma chave roubada, um homem mecânico e uma mensagem escondida do falecido pai de Hugo formam a espinha dorsal deste intrincado, terno e arrebatador mistério.

http://www.wook.pt/ficha/a-invencao-de-hugo-cabret/a/id/225419







Marina
Carlos Ruiz Zafón 



Diz o autor: «Por qualquer estranha razão, sentimo-nos mais próximos de algumas das nossas criaturas sem sabermos explicar muito bem o porquê. De entre todos os livros que publiquei desde que comecei neste estranho ofício de romancista, lá por 1992, Marina é um dos meus favoritos.»
«À medida que avançava na escrita, tudo naquela história começou a ter sabor a despedida e, quando a terminei, tive a impressão de que qualquer coisa dentro de mim, qualquer coisa que ainda hoje não sei muito bem o que era, mas de que sinto falta dia a dia, ficou ali para sempre.»
«Marina disse-me uma vez que apenas recordamos o que nunca aconteceu. Passaria uma eternidade antes que compreendesse aquelas palavras. Mas mais vale começar pelo princípio, que neste caso é o fim.»
«Em Maio de 1980 desapareci do mundo durante uma semana. No espaço de sete dias e sete noites, ninguém soube do meu paradeiro.» «Não sabia então que oceano do tempo mais tarde ou mais cedo nos devolve as recordações que nele enterramos. Quinze anos mais tarde, a memória daquele dia voltou até mim. Vi aquele rapaz a vaguear por entre as brumas da estação de Francia e o nome de Marina tornou-se de novo incandescente como uma ferida fresca. «Todos temos um segredo fechado à chave nas águas-furtadas da alma. Este é o meu.»
http://livros.sapo.pt/novidades/artigo/35415.html








Destaques da Quinzena   14/02/ - 28/02

  • Momentos - Cristiano Ronaldo
  • Mourinho – Porquê tantas vitórias – Bruno Oliveira
  • Dicionário de Futebolês – Luís Pereira
  • A lua não está à venda – Alice Vieira
  • O tesouro – Selma Lagerlöf
  • O fim de Lizzie – Ana Teresa Pereira
  • Serra Mãe – Sebastião da Gama
  • O meu pé de laranja Lima – J. Mauro de Vasconcelos
  • Histórias de ver e andar – Teolinda Gersão
  • Catálogo de sombras – J. Eduardo Agualusa
  • A malta do 2º C – Catarina Fonseca
  • Romeu e Julieta – W. Shakspeare
  • O amor é … - Júlio Machado Vaz
  • A eternidade e o desejo – Inês Pedrosa
  • Uma escolha por amor – Nicolas Sparks
  • O fio da Navalha – Somerset M.
  • A conspiração Van Gogh – J. Madison Davis


1808 
Laurentino Gomes


Imagina que, num dia qualquer os brasileiros acordavam com a notícia de que o presidente da República tinha fugido para a Austrália! E sob a protecção de aviões da Força Aérea dos Estados Unidos. Com ele, teriam partido todos os ministros, juízes, deputados e senadores e alguns dos maiores líderes empresariais do país. E mais: nessa altura, tropas da Argentina já estariam em marcha em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, a caminho de Brasília. 

Parece assustador, não é? Pois foi numa situação semelhante a esta que nós, os portugueses, nos vimos na manhã de 29 de Novembro de 1807, quando circulou a informação de que a rainha Maria I, o príncipe regente D. João e toda a corte fugiam para o Brasil, sob a protecção da Marinha britânica. Mas o que fez a corte portuguesa abdicar das mordomias da vida cómoda e farta que levava em Portugal, para enfrentar as difi culdades de uma viagem arriscada, que se arrastaria por longos 54 dias? E o que tem esse facto a ver com a vida que leva hoje um cidadão, brasileiro ou português, como tu?!
Sinopse na contracapa do livro  Editora Livros D'Hoje

Video sobre o livro
   



      

O Sétimo Selo
José Rodrigues dos Santos


Um cientista é assassinado na Antárctida e a Interpol contacta Tomás Noronha para decifrar um enigma com mais de mil anos, um segredo bíblico que o criminoso rabiscou numa folha e deixou ao lado do cadáver: 666.

O mistério em torno do número da Besta lança Tomás numa aventura de tirar o fôlego, uma busca que o levará a confrontar-se com o momento mais temido por toda a humanidade.

O apocalipse.

De Portugal à Sibéria, da Antárctida à Austrália, O Sétimo Selo transporta-nos numa empolgante viagem às maiores ameaças que se erguem à sobrevivência da humanidade.

Baseado em informação científica actualizada, José Rodrigues dos Santos volta com este emocionante romance aos grandes temas contemporâneos, numa descoberta que poderá abalar a forma como cada um de nós encara o futuro da humanidade e do nosso planeta.

Prepare-se para o choque.

Sinopse na contracapa do livro 
Gradiva - Publicações



O Rapaz do Pijama às Riscas 
John Boyne

Ao regressar da escola um dia, Bruno constata que as suas coisas estão a ser empacotadas. O seu pai tinha sido promovido no trabalho e toda a família tem de deixar a luxuosa casa onde vivia e mudar-se para outra cidade, onde Bruno não encontra ninguém com quem brincar nem nada para fazer. Pior do que isso, a nova casa é delimitada por uma vedação de arame que se estende a perder de vista e que o isola das pessoas que ele consegue ver, através da janela, do outro lado da vedação, as quais, curiosamente, usam todas um pijama às riscas. Como Bruno adora fazer explorações, certo dia, desobedecendo às ordens expressas do pai, resolve investigar até onde vai a vedação. É então que encontra um rapazinho mais ou menos da sua idade, vestido com o pijama às riscas que ele já tinha observado, e que em breve se torna o seu melhor amigo…

 http://www.wook.pt/ficha/o-rapaz-do-pijama-as-riscas/a/id/200390
 

Concurso Nacional de Leitura - Secundário

A Casa de Papel (CNL - Secundário)
Carlos María Domínguez


Os livros mudam o destino das pessoas: Hemingway incutiu em muitos o seu famoso espírito aventureiro; os intrépidos mosqueteiros de Dumas abalaram as vidas emocionais de um sem-número de leitores; Demian, de Hermann Hesse, apresentou o hinduísmo a milhares de jovens; muitos outros foram arrancados às malhas do suicídio por um vulgar livro de cozinha. Bluma Lennon foi uma das vítimas da Literatura.
Na Primavera de 1998, Bluma, uma lindíssima professora de Cambridge, acaba de comprar um livro de poemas de Emily Dickinson quando é atropelada. Após a sua morte, um colega e ex-amante recebe um exemplar de A Linha da Sombra, de Joseph Conrad, em que Bluma escrevera uma misteriosa dedicatória. Intrigado, parte numa busca que o leva a Buenos Aires com o objectivo de procurar pistas sobre a identidade e o destino de um obscuro mas dedicado bibliófilo e a sua intrigante ligação com Bluma. A Casa de Papel é um romance excepcional sobre o amor desmesurado pelas bibliotecas e pela literatura. Uma envolvente intriga policial e metafísica que envolve o leitor numa viagem de descoberta e deslumbramento perante os estranhos vínculos entre a realidade e a ficção


Críticas de imprensa
“Está impregnado de paixão. De paixão pela literatura, mas também pelos livros enquanto objectos.”
Público

“Este curto e intenso relato tem tudo para ser um livro de culto. A história tem aquele perfume irresistível que emana das grandes obras.”
Expresso

“Para ler de um só fôlego.”
Correio da Manhã
 http://www.wook.pt

 
 Balada do Café Triste (CNL - Secundário)
Carson McCullers

A história passa-se numa pequena cidade norte-americana e tem como personagens centrais Miss Amélia, mais conhecida por ter posto fim ao seu casamento dez dias depois da cerimónia, sem dar nenhuma explicação; um forasteiro que diz ser primo de Miss Amélia e o marido abandonado, que passa muito tempo longe da cidade e retorna anos depois, trazendo com ele tensão e grandes transformações para as vidas de todos.
Escrita em 1951, esta novela foi considerada por Tennessee Williams como uma das obras primas em prosa da língua inglesa. E Graham Greene, com a usual ironia, comparava-a a Faulkner: “Prefiro a Miss McCullers a Faulkner porque escreve com mais clareza; prefiro-a a D.H. Lawrence porque não tem mensagem.”

A sucinta obra de Carson McCullers descreve um mundo solitário e marginal, onde se entra sem aviso prévio: 

“É uma terra sombria. Tem só uma fábrica de algodão, casas de duas assoalhadas onde vivem os operários, alguns pessegueiros, a igreja com duas janelas de vitral e uma rua principal, feia, que não tem mais de noventa metros.”
“Se uma pessoa descer a rua principal numa tarde de calor de Agosto, não encontra absolutamente nada que fazer. O edifício maior, no centro da povoação, foi entaipado e encontra-se de tal maneira inclinado para a direita, que parece prestes a cair de um momento para o outro. A casa é muito antiga. Tem um aspecto estranho e arruinado que intriga, até que, de súbito, se percebe que há muito tempo, o lado direito da varanda esteve pintado e também parte da parede, mas o trabalho não chegou a ser concluído e, por isso, uma parte da casa é mais escura e soturna.”

"A Balada do Café Triste"



Concurso Nacional de Leitura - 3º Ciclo

Dentes de rato (CNL - 3º Ciclo)
Agustina Bessa-Luís


A obra conta a história de Lourença, uma rapariga que tinha três irmãos. O mais velho era Artur, Falco, que era Francisco, e por fim, a mais velha de todos os irmãos, Marta. Lourença tinha como alcunha o nome «dentes de rato», porque os dentes dela eram pequenos e finos e porque ela tinha a mania de morder a fruta que estava na fruteira e deixar lá os dentes marcados. Um dia foi convidada para um casamento e tudo o que tinha de fazer era apresentar as alianças numa bandeja. Mas no final ela não chegou a perceber o que era para fazer e outra menina foi no seu lugar.
O seu pai era uma pessoa respeitada e amável, mas mais parecia uma visita pois passava pouco tempo em casa. Certo dia, ela voltou para o colégio, mas modificada, pois os seus dentes de rato tinham-lhe caído e nasceram-lhe novos, mais redondos e fortes. Quando fez nove anos, ninguém reparou e só recebeu um lenço e um relógio. Mas à noite uma pomba foi pousar no peitoral da sua janela e ela pensou que aquele era o seu presente de anos e achou que o mundo inteiro esperava por ela, e os mares todos, com as suas tempestades, podiam ficar calmos porque ela assim queria que fosse.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Dentes_de_Rato


Quem me dera ser onda (CNL - 3º Ciclo)
 Manuel Rui


«Na família Diogo cada vez mais se desenhava diferença de atitude em relação a Carnaval da Vitória. Os dois miúdos tratavam o porco como membro da família. Limpavam o cocó dele, davam-lhe banho e, todos os dias, passavam nas traseiras do hotel a recolher dos contentores pitéus variados com que o bicho se jiboiava. O suíno estava culto, quase protocolar. Maneirava vénias de obséquio com o focinho e aprendera a acenar com a pata direita, além de se pôr de papo para o ar à mínima cócega que um dos miúdos lhe oferecesse na barriga. Pai Diogo aferia o porco de maneira diferente. Para ele era tudo carne, peso, contabilidade no orçamento familiar...»
(Excerto da obra)

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 

Orgulho e Preconceito
Jane Austen

Orgulho e Preconceito é, sem dúvida, uma das obras em que melhor se pode descobrir a personalidade literária de Jane Austen.
Com o fino poder de observação que lhe era peculiar, a autora dá-nos um retrato impressionante do que era o mundo da pequena burguesia inglesa do seu tempo: um mundo dominado pela mesquinhez do interesse, pelo orgulho e preconceitos de classe.
Esses orgulhos e preconceitos que, no romance, acabam por ceder o passo a outras razões com bem mais fundas raízes no coração humano.

http://www.europa-america.pt

As cinco irmãs Bennet foram todas educadas pela sua mãe com um único objectivo de vida: encontrar um marido. Contudo, Lizzie, a segunda mais velha tem centenas de razões para não se casar.
Quando Mrs Bennet ouve as entusiasmantes notícias de que um abastado solteirão e os seus sofisticados amigos vêm passar o Verão numa mansão vizinha, as Bennet ficam excitadíssimas na esperança de que não faltem cortejadores. Como seria de esperar, o recém-chegado Mr Charles Bingley apaixona-se imediatamente pela primogénita Jane. Contudo, quando Lizzie conhece o sóbrio, elegante e snob Mr Darcy, o que parecia ser um par perfeito é rapidamente dividido por orgulho e preconceito. Conseguirão eles ultrapassar isto e Lizzie encontrar finalmente um motivo para casar?

http://www.cineteka.com
 

A Eternidade e o Desejo





A Sombra do Vento
Carlos Ruiz Zafón 
 
Numa manhã de 1945 um rapaz é conduzido pelo pai a um lugar misterioso, oculto no coração da cidade velha: o Cemitério dos Livros Esquecidos. Aí, Daniel Sempere encontra um livro maldito que muda o rumo da sua vida e o arrasta para um labirinto de intrigas e segredos enterrados na alma obscura de Barcelona. Juntando as técnicas do relato de intriga e suspense, o romance histórico e a comédia de costumes, "A Sombra do Vento" é sobretudo uma trágica história de amor cujo o eco se projecta através do tempo. Com uma grande força narrativa, o autor entrelaça tramas e enigmas ao modo de bonecas russas num inesquecível relato sobre os segredos do coração e o feitiço dos livros, numa intriga que se mantém até à última página.

Crítica de imprensa

"Este livro foi um dos acontecimentos de 2004, pela sua qualidade de escrita, pela história fantástica e, sobretudo, por ter sido um dos poucos livros que li duas vezes com gosto redobrado. A história tem tudo: mistério, morte, polícia, perseguição, sexo, amizade e política.
Carlos Ruiz Zafón consegue agarrar o leitor desde o primeiro instante e, nas últimas páginas, confrontamo-nos com o drama de querer chegar ao fim e, ao mesmo tempo, querer fazer render o livro. É, para mim, um dos livros de 2004."

Patrícia Reis, Mil Folhar (Público), 02 de Janeiro de 2005

http://www.wook.pt
  
  
A Tia Júlia e o Escrevedor
Mario Vargas Llosa


      Durante os anos cinquenta, quando a televi­são ainda não chegara ao Peru, era através da rádio que se difundiam os sonhos, se transmitiam as notícias e que as vozes fascinantes que davam alma e forma às histórias rocambolescas que colo­riam a sucessão dos dias penetravam em casa das famílias. Estava-se, em suma, no tempo das radionovelas.
      Terá sido também por essa altura e mais ou menos em simultâneo, que Pedro Camacho, autor e intérprete de folhetins radiofónicos boliviano, foi contratado para aumentar a audiência da Rádio Central de Lima, e que a tia Júlia, recém-divorciada, chegou igualmente da Bolívia para transformar a vida de Varguitas, estudante de direito, aprendiz de escritor e responsável pelos serviços de informação de uma estação de rádio.
      No simples enunciado do seu título, A Tia Júlia e o Escrevedor anuncia a sua rigorosa e sis­temática estrutura, desenvolvida em dois níveis que correm paralelos numa perfeita alternância. Por um lado, Varguitas e a sua adolescência, a descoberta do amor e da tia Júlia, a mulher flaubertiana com quem terá uma relação amorosa; por outro, a imaginação prodigiosa de Pedro Camacho e as suas histórias delirantes, aventuras que no fim se confundem para se tornarem uma só. E, subjacente a ambas, a voz difundida pelas ondas populares e de uma estação de rádio de Lima, que possibilita o reencontro último com a dimensão mágica da palavra.
 
Fonte: sinopse do livro – Publicações Dom Quixote, Lisboa, 1988
 
Breve História de Quase Tudo
  
      Uma pesquisa digna de um mamute, anos de investigação e como resultado… o Big Bang, os dinossauros, o aquecimento global, a geologia, Einstein, os Curies, a teoria da evolução, a gasolina com chumbo, a teoria atómica, os quarks, os vulcões, os cromossomas, o carbono, os organismos ediacaranos, a descontinuiade de Moho, o ADN, Charles Darwin e um zilião de outras coisas. Em linguagem não demasiado científica, sempre clara e com as devidas anotações, o leitor é conduzido, por este autor extremamente divertido e bem informado, numa viagem através do tempo e do espaço, cujo prato forte é também revelar-nos algumas ironias do desenvolvimento científico. Esta é verdadeiramente uma obra que nos dá a sensação de ter o mundo na palma da mão.

Críticas de imprensa
"(...) uma das melhores obras de divulgação científica que conheço. Espantosa pela sua vastidão, admirável pelo rigor, fascinante pela escrita. É a obra de um grande profissional, que soube documentar-se e explicar de forma directa e acessível alguns dos mais complicados conceitos e algumas das mais fascinantes controvérsias da ciência."
Nuno Crato, Mil Folhas (jornal Público)
 
"É exactamente este livro por que eu esperei toda a minha vida, toneladas de informação, histórias extraordinárias e personalidades apaixonantes."
  
ChristopherMatthew, Daily Mail
 
Fonte: sinopse do livro da Quetzal Editores 


 As Aventuras de João sem Medo
José Gomes Ferreira

      As Aventuras de João sem Medo, de José Gomes Ferreira, conta a história de um João Sem Medo cansado da choraminguice da sua terra Natal -“Chora-que-Logo-Bebes”. É, então, de um salto que João Sem Medo galga o muro que rodeava a sua terra, onde repousava um aviso: «É proibida a entrada a quem não andar espantado de existir». Do lado de lá do muro, o rapaz, com a desconfiança zombeteira de quem não se deixa facilmente intimidar, lida com o comum imaginário infantil (fadas, gigantes, árvores mágicas, princesas), mas aqui subvertido por um humor cercado de inflexões irónicas e uma surpreendente capacidade efabulatória, sempre acompanhados por uma linguagem rica e elevada, sem qualquer cedência à simplificação. O leitor percorre, então, lado a lado com João Sem Medo, um percurso fantástico, habitado por pedras de bocas escancaradas, gramofones com asas, homens pássaros, meninas de pés ocos, feitas de fruta doce.
      Os grandes livros para a infância são, afinal, aqueles que trazemos do nosso passado de crianças directamente para o nosso presente adulto, na expectativa de os legarmos aos nossos filhos, para que eles os levem para o seu futuro, também. É a isto que chamamos a intemporalidade da literatura. E será, com toda a certeza, sempre este o lugar de As Aventuras de João sem Medo no panorama literário português.
 
Fonte: Leitura@Gulbenkian (texto adaptado)

História de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar
Luis Sepúlveda

       Esta é a história do gato Zorbas. Um dia, uma formosa gaivota apanhada por uma maré negra de petróleo deixa ao cuidado dele, momentos antes de morrer, o ovo que acabara de pôr. Zorbas, que é um gato de palavra, cumprirá as duas promessas que faz nesse momento dramático: não só criará a pequena gaivota, como também a ensinará a voar. Tudo isto com a ajuda dos seus amigos Secretário, Sabetudo, Barlavento e Colonello, dado que, como se verá, a tarefa não é fácil, sobretudo para um bando de gatos mais habituados a fazer frente à vida dura de um porto como o de Hamburgo do que a fazer de pais de uma cria de gaivota...
      O grande escritor chileno - Luis Sepúlveda - oferece-nos neste seu novo livro uma mensagem de esperança de altíssimo valor literário e poético.
  
Fonte: Sinopse do livro da editora ASA