CNL 2012

Concurso Nacional de Leitura 2012 - FASE DE ESCOLA



 Alunos apurados para a fase distrital

                                  3º Ciclo 
                                 - Sofia Pires Gonçalves - 8º A
                                 Sílvia Pereira Morais - 7º A
                                 - Ana Beatriz Ferreira da Costa - 8º C

                                 Ensino Secundário
                                 Pedro Santos - 11º E
                                 Mário Rafael Esteves - 11º E

Todos os participantes estão de parabéns por terem demonstrado grande conhecimento das obras
Oportunamente serão divulgadas as obras para a fase distrital, selecionadas pela Biblioteca Municipal organizadora.



Regulamento do Concurso :  Regulamento CNL 2012  [PDF]


Obras selecionadas

-- 3º Ciclo --

O FABULOSO TEATRO DO GIGANTE  
- David Machado

Após ter vencido o prémio Branquinho da Fonseca com o livro infantil A Noite dos Animais Inventados, a estreia de David Machado no romance é absolutamente arrebatadora, fulgurante e poderosa. Augura-se uma promissora carreira para este jovem autor português que se evidencia neste trabalho pela técnica narrativa, originalidade e imaginação surpreendentes, entrecortadas por laivos humorísticos num verdadeiro apelo à leitura. 

Todos estes ingredientes conjugados com o fascínio de um dom natural com que David Machado nos presenteia tornam irresistível conhecer um universo de sonho e fantasia, irreal e profundo. Lá para os confins do Minho fica uma aldeia isolada, tão isolada no meio das serras que os seus habitantes vivem como num tempo sem tempo. Um dia dois forasteiros chegam. Um homem de estatura colossal, a quem logo chamam o Gigante, mas que na realidade tem por nome Thomas, e Eunice, uma mulher pequena de cabelos cor de fogo que dentro em breve daria à luz dois gémeos. Ele, originário de um incerto país latino-americano, é um grande contador de histórias. Um dia, porém, o gigante adormece e o seu sono prolonga-se por meses, anos, mas continua a contar as histórias com que vai sonhando. Uma obra que vai dar que falar pela sua qualidade inegável e que constitui uma lufada de ar fresco nas letras portuguesas. 



HISTÓRIA DE UMA GAIVOTA E DO GATO QUE A ENSINOU A VOAR
- Luis Sepúlveda

Esta é a história de Zorbas, uma gato grande, preto e gordo. Um dia, uma formosa gaivota apanhada por uma maré negra de petróleo deixa ao cuidado dele, momentos antes de morrer, o ovo que acabara de pôr.

Zorbas, que é um gato de palavra, cumprirá as duas promessas que nesse momento dramático lhe é obrigado a fazer: não só criará a pequena gaivota, como também a ensinará a voar. Tudo isto com a ajuda dos seus amigos Secretário, Sabetudo, Barlavento e Colonello, dado que, como se verá, a tarefa não é fácil, sobretudo para um bando de gatos mais habituados a fazer frente à vida dura de um porto como o de Hamburgo do que a fazer de pais de uma cria de gaivota...

Com a graça de uma fábula e a força de uma parábola, Luis Sepúlveda oferece-nos neste seu livro já clássico uma mensagem de esperança de altíssimo valor literário e poético. 


-- Ensino Secundário  --



DEIXEM FALAR AS PEDRAS
- David Machado

No dia em que se ia casar, Nicolau Manuel foi levado pela Guarda para um interrogatório e já não voltou. Viveu, assim, quase toda a vida na urgência de contar a verdade a Graça dos Penedo, a noiva que mais tarde lhe seria arrebatada pelo alfaiate que lhe fizera o fato do casamento. Porém, sempre que se abria uma possibilidade, uma ameaça desviava-o dramaticamente do seu destino - e agora, meio século volvido, está velho de mais para querer mudar as coisas, gastando os dias com telenovelas. De tanto ter ouvido ao avô a sua história rocambolesca, Valdemar - um rapaz violento e obeso apaixonado pela vizinha anoréctica - não desistiu, mesmo assim, de fazer justiça por ele. E, ao encontrar casualmente a notícia da morte do alfaiate, sabe que chegou a hora de ir falar com a viúva: até porque essa será a única forma de resgatar Nicolau Manuel da modorra em que se deixou afundar. 
Alternando a narrativa dos sucessivos infortúnios de Nicolau Manuel - que é também a história de Portugal sob a ditadura, com os seus enganos, perseguições e injustiças - com a de um adolescente que mantém um diário com numerosas passagens rasuradas como instrumento de luta contra o mundo -, Deixem Falar as Pedras é um romance maduro e fascinante sobre a transmissão das memórias de geração em geração, nunca isenta de cortes e acrescentos que fazem da verdade não o que aconteceu, mas o que recordamos.

CRÓNICA DE UMA MORTE ANUNCIADA
- Gabriel Garcia Marquez

Vítima da denúncia falaciosa de uma mulher repudiada na noite de núpcias, o jovem Santiago Nasar foi condenado à morte pelos irmãos da sua hipotética amante, como forma de vingar publicamente a sua honra ultrajada e sob o olhar cúmplice ou impotente da população expectante de uma aldeia colombiana: é esta a história verídica que serve de base a este romance, e que, logo nas suas primeiras linhas, é enunciada.

A capacidade de Gabriel García Márquez em reconstruir um universo possuído pela nostalgia, mágica e encantatória da infância e a sua genial mestria em contar histórias fazem deste romance mais uma das obras-primas que consagraram definitivamente este autor.




----- Concurso Nacional de Leitura 2011 -----




Concurso Nacional de Leitura - FASE DISTRITAL


Pedro Escaleira (7ºA), Fátima Penas (7º D), Ana Ramos (8ºD), Khanda Utnasunova(10ºD), Joana Delgado (12ºB) e Miguel Pintado (12ºB) representaram a Escola na prova da Fase Distrital do Concurso Nacional de Leitura, realizada no dia 29 de Abril na Biblioteca Municipal de Vila Real. 

3º Ciclo                                                                  Secundário
Este concurso, promovido pelo PNL, em colaboração com a RBE e as Bibliotecas Municipais, envolveu  a participação de 25 000 jovens de todas as escolas do país, tendo sido realizadas provas de selecção em todas as escolas participantes.

Na segunda fase, foram realizadas provas de selecção em todos os distritos, tendo este ano cabido à Biblioteca Municipal de Vila Real a organização da mesma. Os participantes de Chaves, em mais uma manifestação de cooperação e trabalho de equipa, lá seguiram no autocarro alugado pelas Direcções das escolas.

Tal como o ano passado em Chaves, também este ano alunos e professores acompanhantes passaram uma tarde agradável de convívio e... alguns nervos.
Depois da prova escrita, foram anunciados os 12 alunos (6 de cada ciclo de ensino) que passaram à prova oral. Para nossa grande alegria estavam apuradas duas alunas de Chaves: A Joana Delgado, da ESFM e a Ana Catarina, da ESJM, que responderam a duas perguntas do júri sobre as obras lidas.

Seguiram-se alguns momentos de boa disposição no lanche servido ao som dos “Dixcartável” de um grupo Jazz dixieland.

Chegou o momento de saber quais seriam os alunos seleccionados para a Final, a realizar em Lisboa no dia 21 de Maio.
Infelizmente, nem a Joana nem a Catarina foram apuradas, no entanto todos os alunos que chegaram às provas distritais são já vencedores.  

 Parabéns a todos.


3º Ciclo - Obras escolhidas na Fase Distrital
 
O Senhor Valéry,  Gonçalo M. Tavares


O Senhor Valéry era pequenino, andava sempre a pé, vestia sempre de negro. Tinha medo da chuva, tinha uma casa sem volume onde passava férias e um animal doméstico que nunca ninguém tinha visto. Não gostava da sua sombra, não gostava de competir, era perfeccionista. Era distraído: não confundia a mulher com um chapéu, com sucedia com algumas pessoas, mas confundia o chapéu com o seu cabelo. Conhecia apenas duas pessoas: a pessoa que ele era, nesse exacto instante, e aquela que ele tinha sido, no passado. Era casado com um ser ambíguo, como ele próprio dizia. Dele, dizia ela: Nunca eu pude apoderar-me dos seus olhares. Ele é tão estranho! Na verdade nada se pode dizer dele que não seja inexacto no mesmo instante! Eu gosto dele assim. Por muito estranhamente casada que eu seja, sou-o com conhecimento de causa. Vivemos bem instalados, cada qual no seu absurdo.
http://quartaparede.wordpress.com/2009/04/30/o-senhor-valry-de-gonalo-m-tavares/




O tesouro,  Selma Lagerlöf

O Senhor Arne fora um dos homens mais ricos e mais respeitados da região. Contudo foi tragicamente morto juntamente com todos os seus criados e uma sobrinha com menos de catorze anos. A velha mansão de família foi incendiada e o tesouro foi levado.
A única sobrevivente foi a jovem orfã Elsalill que vivia com a sobrinha do Senhor Arne mas que não se lembra do que sucedeu.
Na pequena cidade costeira, os habitantes perguntam-se o que se passa com a natureza, estamos quase no Verão e o mar continua gelado. Três nobres viajantes esperam que o seu barco desencalhe para partir com o seu misterioso baú. Um deles, um homem elegante e bem vestido, reconhece a jovem Elsalill que tinha começado a trabalhar na estalagem. Elsalill não se lembra deste homem e entre eles nascem emoções fortes e inesperadas... 

http://www.wook.pt/ficha/o-tesouro/a/id/192593



Ensino Secundário - Obras escolhidas


A sombra do que fomos,  Luis Sepúlveda

Num velho armazém de um bairro popular de Santiago do Chile, três sexagenários esperam impacientes pela chegada de um quarto homem. Cacho Salinas, Lolo Garmendia e Lucho Arencibia, antigos militantes de esquerda derrotados pelo golpe de estado de Pinochet e condenados ao exílio, voltam a reunir-se trinta e cinco anos depois, convocados por Pedro Nolasco, um antigo camarada sob cujas ordens vão executar uma arrojada acção revolucionária. Mas quando Nolasco se dirige para o local do encontro é vítima de um golpe cego do destino e morre atingido por um gira-discos que insolitamente é lançado por uma janela, na sequência de uma desavença conjugal...
Prémio Primavera de Romance 2009, A Sombra do que Fomos é um virtuoso exercício literário posto ao serviço de uma história carregada de memórias do exílio, de sonhos desfeitos e de ideais destruídos. Um romance escrito com o coração e o estômago, que comove o leitor, lhe arranca sorrisos e até gargalhadas, levando-o no fim a uma reflexão profunda sobre a vida. 

http://www.portoeditora.pt/produtos/catalogo/ficha/id/1567669
 

O perfume,  Patrick Süskind

Esta estranha história passa-se no século XVIII e é fruto de um extraordinário trabalho de reconstituição histórica que consegue captar plenamente os ambientes da época tal como as mentalidades.
O protagonista é um artesão especializado no ofício de perfumista, e essa arte constitui para ele – nascido no meio dos nauseabundos odores de um mercado de rua – uma alquímica busca do Absoluto. 
O perfume supremo será para ele uma forma de alcançar o Belo e, nessa demanda nada o detém, nem mesmo os crimes mais hediondos, que fazem dele um ser monstruoso aos nossos olhos. Jean-Baptiste Grenouille possui no entanto uma incorrupta pureza que exerce um forte fascínio sobre o leitor. 
O Perfume, publicado em 1985, de um autor então quase desconhecido, foi considerado um dos mais importantes romances da década e nunca mais deixou de ser reeditado desde então, totalizando os 4 milhões de exemplares vendidos, só na Alemanha, e 15 milhões em países estrangeiros. Foi traduzido em 42 línguas. Este fenómeno transformou-o num dos mais importantes livros de culto de sempre. 
Sinopse da Editorial Presença

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Concurso Nacional de Leitura - FASE DE ESCOLA

Ensino Secundário - Obras escolhidas


A Casa de Papel
Carlos María Domínguez


Os livros mudam o destino das pessoas: Hemingway incutiu em muitos o seu famoso espírito aventureiro; os intrépidos mosqueteiros de Dumas abalaram as vidas emocionais de um sem-número de leitores; Demian, de Hermann Hesse, apresentou o hinduísmo a milhares de jovens; muitos outros foram arrancados às malhas do suicídio por um vulgar livro de cozinha. Bluma Lennon foi uma das vítimas da Literatura.
Na Primavera de 1998, Bluma, uma lindíssima professora de Cambridge, acaba de comprar um livro de poemas de Emily Dickinson quando é atropelada. Após a sua morte, um colega e ex-amante recebe um exemplar de A Linha da Sombra, de Joseph Conrad, em que Bluma escrevera uma misteriosa dedicatória. Intrigado, parte numa busca que o leva a Buenos Aires com o objectivo de procurar pistas sobre a identidade e o destino de um obscuro mas dedicado bibliófilo e a sua intrigante ligação com Bluma. A Casa de Papel é um romance excepcional sobre o amor desmesurado pelas bibliotecas e pela literatura. Uma envolvente intriga policial e metafísica que envolve o leitor numa viagem de descoberta e deslumbramento perante os estranhos vínculos entre a realidade e a ficção



Críticas de imprensa
“Está impregnado de paixão. De paixão pela literatura, mas também pelos livros enquanto objectos.”
Público

“Este curto e intenso relato tem tudo para ser um livro de culto. A história tem aquele perfume irresistível que emana das grandes obras.”

Expresso

“Para ler de um só fôlego.”

Correio da Manhã

 http://www.wook.pt

 
 Balada do Café Triste
Carson McCullers


A história passa-se numa pequena cidade norte-americana e tem como personagens centrais Miss Amélia, mais conhecida por ter posto fim ao seu casamento dez dias depois da cerimónia, sem dar nenhuma explicação; um forasteiro que diz ser primo de Miss Amélia e o marido abandonado, que passa muito tempo longe da cidade e retorna anos depois, trazendo com ele tensão e grandes transformações para as vidas de todos.
Escrita em 1951, esta novela foi considerada por Tennessee Williams como uma das obras primas em prosa da língua inglesa. E Graham Greene, com a usual ironia, comparava-a a Faulkner: “Prefiro a Miss McCullers a Faulkner porque escreve com mais clareza; prefiro-a a D.H. Lawrence porque não tem mensagem.”

A sucinta obra de Carson McCullers descreve um mundo solitário e marginal, onde se entra sem aviso prévio: 

“É uma terra sombria. Tem só uma fábrica de algodão, casas de duas assoalhadas onde vivem os operários, alguns pessegueiros, a igreja com duas janelas de vitral e uma rua principal, feia, que não tem mais de noventa metros.”
“Se uma pessoa descer a rua principal numa tarde de calor de Agosto, não encontra absolutamente nada que fazer. O edifício maior, no centro da povoação, foi entaipado e encontra-se de tal maneira inclinado para a direita, que parece prestes a cair de um momento para o outro. A casa é muito antiga. Tem um aspecto estranho e arruinado que intriga, até que, de súbito, se percebe que há muito tempo, o lado direito da varanda esteve pintado e também parte da parede, mas o trabalho não chegou a ser concluído e, por isso, uma parte da casa é mais escura e soturna.”


"A Balada do Café Triste"


3º Ciclo - Obras escolhidas


Dentes de rato
Agustina Bessa-Luís



A obra conta a história de Lourença, uma rapariga que tinha três irmãos. O mais velho era Artur, Falco, que era Francisco, e por fim, a mais velha de todos os irmãos, Marta. Lourença tinha como alcunha o nome «dentes de rato», porque os dentes dela eram pequenos e finos e porque ela tinha a mania de morder a fruta que estava na fruteira e deixar lá os dentes marcados. Um dia foi convidada para um casamento e tudo o que tinha de fazer era apresentar as alianças numa bandeja. Mas no final ela não chegou a perceber o que era para fazer e outra menina foi no seu lugar.
O seu pai era uma pessoa respeitada e amável, mas mais parecia uma visita pois passava pouco tempo em casa. Certo dia, ela voltou para o colégio, mas modificada, pois os seus dentes de rato tinham-lhe caído e nasceram-lhe novos, mais redondos e fortes. Quando fez nove anos, ninguém reparou e só recebeu um lenço e um relógio. Mas à noite uma pomba foi pousar no peitoral da sua janela e ela pensou que aquele era o seu presente de anos e achou que o mundo inteiro esperava por ela, e os mares todos, com as suas tempestades, podiam ficar calmos porque ela assim queria que fosse.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Dentes_de_Rato



Quem me dera ser onda
 Manuel Rui



«Na família Diogo cada vez mais se desenhava diferença de atitude em relação a Carnaval da Vitória. Os dois miúdos tratavam o porco como membro da família. Limpavam o cocó dele, davam-lhe banho e, todos os dias, passavam nas traseiras do hotel a recolher dos contentores pitéus variados com que o bicho se jiboiava. O suíno estava culto, quase protocolar. Maneirava vénias de obséquio com o focinho e aprendera a acenar com a pata direita, além de se pôr de papo para o ar à mínima cócega que um dos miúdos lhe oferecesse na barriga. Pai Diogo aferia o porco de maneira diferente. Para ele era tudo carne, peso, contabilidade no orçamento familiar...»
(Excerto da obra)