Autor do Mês

» MAIO 2012 

Mário de Carvalho

http://expresso.sapo.pt
Escritor, advogado e jornalista nascido em 1944, em Lisboa. Formou-se em Direito (1969) na Universidade de Lisboa, em 1969, e depois foi viver para a Suécia, até ao seu regresso em 1974. 
Foi colaborador do Diário de Notícias e revelou-se como ficcionista em 1981 com Contos da Sétima Esfera (1981), a que se seguiram, entre outras obras, a que se seguiu Os Casos do Beco da Sardinheiras (1981) e o Livro Grande de Tebas, Navio e Mariana (1982), que recebeu o Prémio Cidade de Lisboa. O livro apresenta um relato fantástico e estrambólico, em que a realidade fantástica se torna mais convincente do que a verdadeira realidade. 
Ocupando um lugar original nas opções da narrativa contemporânea, a sua ficção combina frequentemente a inspiração histórica com o insólito.
Outras das suas publicações são Paixão do Conde de Fróis, que recebeu o prémio Dom Dinis em 1986, Os Alferes (1989), Quatrocentos Mil Sestércios (1991), que recebeu o Grande Prémio do Conto da Associação Portuguesa de Escritores, Um Deus Passeando pela Brisa da Tarde (1994), que foi galardoado com o Grande Prémio do Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores e o prémio literário italiano Giuseppe Acerbi (2007), entre outros, Era Bom que Trocássemos Umas Ideias sobre o Assunto (1995) e Fantasia para Dois Coronéis e uma Piscina (2003).


Mário de Carvalho. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2012. [Consult. 2012-05-08].
Disponível na www: <URL: http://www.infopedia.pt/$mario-de-carvalho>.


>> Na Biblioteca da Escola podes ler
  • A Inaudita Guerra da Avenida Gago Coutinho
  • Contos Vagabundos
  • Contos da Sétima Esfera
  • Casos do Beco das Sardinheiras
  • Um Deus Passeando Pela Brisa da Tarde



» ABRIL 2012

http://jorgeamado-blog.blogspot.pt/

Jorge Amado
Ficcionista brasileiro de renome internacional, Jorge Amado nasceu em 1912, em Pirangi, Baía, e faleceu a 6 de agosto de 2001.Viveu uma adolescência agitada, primeiro, na Baía, no início dos seus estudos, depois no Rio de Janeiro, onde se formou em Direito e começou a dedicar-se ao jornalismo. 
Estreou-se como romancista com O País do Carnaval (1931), Cacau (1933), Suor (1934),seguindo-se Terras do Sem Fim (1943) e S. Jorge dos Ilhéus (1944). A sua marcada oposição à situação política vivida no Brasil levou-o ao exílio por duas vezes, a primeira em 1941, tendo regressado em 1942, e a segunda em 1948, por um período de quatro anos. Durante o exílio, viajou para países como Argentina (Buenos Aires), onde escreveu O Cavaleiro da Esperança (1942),biografia de Carlos Prestes, França, União Soviética, China, Mongólia, entre outros países, tendo estado também no Médio Oriente. Em 1951 recebeu o Prémio Estaline, com a designação de «Prémio Internacional da Paz». 
Os problemas sociais orientam a sua obra,mas o seu talento de escritor afirma-se numa linguagem rica de elementos populares e folclóricos e de grande conteúdo humano. A sua obra tem toques de picaresco, sem perder a essência crítica e a poética. Além das já citadas, referimos, na sua vasta produção: Jubiabá (1935), Mar Morto (1936), Capitães da Areia (1937), Seara Vermelha (1946), Os Subterrâneos da Liberdade(1952). Mas é com Gabriela, Cravo e Canela (1958), Os Velhos Marinheiros (1961), Os Pastores da Noite (1964) e Dona Flor e os Seus Dois Maridos (1966) em que o romancista põe, de certa forma, de parte a faceta politizante inicial e se volta para temas como a infância, a música, o misticismo popular, a turbulência popular e a vagabundagem, numa linguagem de sabor poético,humorista, renovada com recursos da tradição clássica ligados aos processos da novela picaresca. 
O seu sentimento humano e oamor à terra natal inspiram textos onde é evidente a beleza da paisagem, a tradição cultural e popular, os problemas humanos e sociais - uma infância abandonada e culpada de delitos, o cais com as suas misérias, a vida difícil do negro da cidade, a seca, o cangaço, o trabalhador explorado da cidade e do campo, o "coronelismo" feudal latifundiário perpassam significativamente na obra deste romancista dos maiores do Brasil e dos mais conhecidos no mundo. 
Fecundo contador de histórias regionais, Jorge Amado definiu-se, um dia, «apenas no baiano romântico, contador de histórias». «Definição justa, pois resume o carácter do romancista voltado para exemplos de atitudes vitais: românticas e sensuais... a que, uma vez por outra, empresta matizes políticos...», como diz Alfredo Bosi em História Concisa da Literatura Brasileira. Foi-lhe atribuído o Prémio Camões em 1994.
ver definição de no...

Jorge Amado. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2012. [Consult. 2012-04-19].

Disponível na www: <URL: http://www.infopedia.pt/$jorge-amado>.

>> Na Biblioteca da Escola podes ler
  • O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá
  • Os capitães da areia
  • Mar morto



» MARÇO 2012

Álvaro Magalhães

www.wook.pt
“Álvaro Magalhães nasceu no Porto, em 1951. Começou por publicar poesia no início dos anos 80 e, em 1982, publicou o seu primeiro livro para crianças, intitulado História com muitas Letras. Desde então construiu uma obra singular e diversificada, que conta actualmente com mais de três dezenas de títulos e integra contos, poesia, narrativas juvenis e textos dramáticos. As suas obras para a infância, onde reina a força do imaginário e da palavra, são o produto de uma sensibilidade espiritualizada que reivindica a totalidade mágica da existência e apelam permanentemente à imaginação e ao sonho, não como formas de escapismo mas como factores poderosos de modelação do ser. Mais recentemente, acrescentou à sua obra a série Triângulo Jota de narrativas de mistério e indagação, sendo considerado “o primeiro a conseguir reformular e enriquecer, com sucesso, os modelos conhecidos.

Actualmente com 16 títulos, a Triângulo Jota cativou já perto de um milhão de leitores. Embora a acção dessas histórias seja por vezes vertiginosa, constitui-se como palco para o teatro dos sentimentos. As personagens, expurgadas de infantilidades e artificialismo, são construídas a partir do espaço e do tempo da sua consciência e não pela sua esfera de acção, o que as torna reconhecíveis. A perfeição estrutural dos enredos, um uso peculiar do fantástico e uma “visualidade” quase cinematográfica são algumas das qualidades dessas e de outras obras narrativas do autor.

Considerado um dos mais importantes escritores da sua geração, pela originalidade e singular irreverência da sua obra, Álvaro Magalhães foi várias vezes premiado pela Associação Portuguesa de Escritores e pelo Ministério da Cultura, logo desde o início da sua carreira literária. Recentemente, integrou a delegação portuguesa ao Salão do Livro de Genebra de 2001, em que Portugal foi convidado de Honra. Neste mesmo ano, o título Hipopóptimos – Uma História de Amor foi seleccionado para integrar o Projecto BARFIE (Books and Reading For Intercultural Education), que visa a construção de uma biblioteca europeia composta por obras de reconhecida importância para a promoção da educação intercultural.” Esta obra também recebeu o Grande Prémio Calouste Gulbenkian de Literatura para Crianças e Jovens 2002.



>> Na Biblioteca da Escola podes ler
  • O homem que não queria sonhar e outras histórias
  • A ilha do chifre de ouro
  • O menino chamado menino
  • O último Grimm
  • O vampiro do dente de ouro
  • O rei lagarto
  • Pelos teus lindos olhos
  • A bela horrível
  • Uma história de alma
  • As três pedras do diabo 2
  • Todos os rapazes são gatos - 1ª parte


» FEVEREIRO 2012

Charles Dickens

http://pt.wikipedia.org/wiki/
Escritor inglês nascido em 1812, em Landport, Portsmouth, e falecido a 8 de junho de 1870, em Gadshill, Rochester. Charles Dickens nasceu numa família modesta e foi obrigado a trabalhar, ainda criança, depois do pai ter sido preso por acumulação de dívidas. Nessa altura já vivia em Londres, para onde se mudou aos dois anos. Conseguiu fazer a instrução primária e foi então trabalhar como ajudante num escritório de advogados. Aos 18 anos, também fazia leituras públicas no Museu Britânico. Entretanto, tornou-se jornalista, tendo elaborado crónicas sobre o parlamento britânico e textos para jornais humorísticos.
Aos 21 anos iniciou a carreira de escritor, assinando contos e ensaios que eram publicados em jornais. Cinco anos mais tarde, escreveu o livro The Pickwick Papers (As Aventuras Extraordinárias do Senhor Pickwick) e tornou-se, desde logo, um autor de sucesso. Passou então a publicar romances através de folhetins mensais que se tornaram muito populares. Com este livro, nasceu um novo tipo de mercado para os escritores ingleses, propondo obras mais baratas.
Oliver Twist, uma das obras mais conhecidas de Dickens, também foi inicialmente publicada em fascículos, entre 1837 e 1839. Neste livro, conta a história de um rapaz a quem é escondida uma valiosa herança e que acaba por integrar um bando de jovens ladrões.
Seguiu-se Nicholas Nikelby, lançado entre 1838 e 1839, que conta a história de um rapaz em busca de fortuna. Este romance foi adaptado ao cinema, em 1948, por David Lean.
Em 1843, surgiu A Christmas carol (Cântico de Natal), que tornou famosa a personagem de Mr. Scrooge, nomeadamente através de diversas adaptações cinematográficas. 
Em David Copperfield, acabado de publicar em 1850, Dickens aproveitou a sua experiência de trabalho numa fábrica para escrever a história.
Entre 1860 e 1861, publicou uma das suas últimas grandes obras, Great Expectations (Grandes Esperanças), onde conta a história de um órfão que é adotado por uma família rica e se torna um snob. Mas quando o seu protetor morre, tem de partir de novo do nada. 
Inspirado na sua infância infeliz, Dickens lançou romances protagonizados por crianças, como David Copperfield, Hard Time(Tempos Difíceis) e Oliver Twist, onde estas são os heróis, mas onde há muito humor. 
As suas obras denunciam a vida difícil do operário na sociedade industrial emergente e, em particular, a miséria das classes sociais mais baixas e a precariedade da infância, ao mesmo tempo que evidenciam uma arte narrativa caracterizada por uma grande penetração psicológica posta na composição dos caracteres. 
Paralelamente à carreira de escritor, Charles Dickens viajou bastante fazendo campanha contra os males da sociedade. Dedicou-se também a dar conferências, nomeadamente nos Estados Unidos da América.
Depois de ter vivido em Londres, Itália, Suíça e França, Dickens estabeleceu-se em Gadshill (Inglaterra), em 1860, onde viria a morrer a 8 de junho de 1870.


Charles Dickens. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2012. [Consult. 2012-02-07].

Disponível na www: <URL: http://www.infopedia.pt/$charles-dickens>.


» JANEIRO 2012

J. K. Rowling

opomodeouro.blogspot.com

Escritora inglesa, Joanne Kathleen Rowling nasceu a 31 de julho de 1965, nos arredores de Bristol, em Inglaterra. Foi durante os cinco anos que viveu no Porto, em Portugal, que deu início ao primeiro volume das aventuras de um jovem aprendiz de feiticeiro, Harry Potter and The Philosopher's Stone (1997, Harry Potter e a Pedra Filosofal). A obra obteve uma imensa popularidade em variados países e junto de público das mais variadas idades, chegando, com os três episódios seguintes, a levantar discussões e polémicas.

Após ter conseguido o diploma de Língua e Literatura Francesa na Universidade de Exeter, J. K. Rowling prosseguiu os seus estudos, por mais um ano, em Paris. De regresso a Inglaterra, ocupou o cargo de investigadora e secretária bilingue, ao serviço da Amnistia Internacional em Londres mas, a necessidade de propiciar o seu sonho de sempre, o de ser escritora, levou-a a abandonar a carreira administrativa. Teria dito que "o melhor aspeto do trabalho num escritório é poder dactilografar histórias quando ninguém está a olhar".

Assim, em 1991, veio viver para Portugal, onde conseguiu compatibilizar o trabalho de professora de Inglês com a atividade da escrita. Dedicava-se ao ensino da parte da tarde e escrevia de manhã nos cafés, hábito que conservaria. Desconhece-se até que ponto Portugal teria influenciado a sua obra.
O silêncio que manifestou quanto ao assunto deve-se talvez ao facto de o seu casamento com o jornalista Jorge Arantes, em 1992, ter resultado em divórcio, facto que levou Rowling a mudar-se, com a filha portuguesa, para Edimburgo. Nessa cidade teria terminado o seu primeiro livro, que começou a enviar às editoras.

O manuscrito foi por várias vezes rejeitado até que a Bloomsbury o tivesse adquirido para uma coleção de literatura infantil. No momento em que Harry Potter and The Philosopher's Stone foi aceite para publicação, a autora encontrava-se a exercer a profissão de professora de Francês.
Foi publicado em junho de 1997 e teve um sucesso quase imediato, pelo que foi galardoado com diversos prémios de literatura infantil, tendo mesmo chegado a obter o título de Livro Infantil do Ano, pelo British Book Awards.

A venda dos direitos de autor para o território norte-americano, por cento e cinco mil dólares, quantia sem precedentes para um autor estreante, permitiu à escritora abandonar o seu trabalho como professora e dedicar-se por inteiro ao seguimento da série Harry Potter, que havia concebido como uma saga em sete volumes.

Com a publicação da edição norte-americana, retitulada Harry Potter and the Sorcerer's Stone, os livros de Rowling continuaram a ser sensação, figurando no topo das listas e vendas, tanto de literatura infantil quanto de adultos.

A pedido dos leitores, a edição do seu segundo livro, Harry Potter and The Chamber of Secrets (Harry Potter e a Câmara dos Segredos), foi antecipada de setembro para junho de 1999. Harry Potter and The Prisoner of Azkaban (Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban) foi lançado em setembro do mesmo ano, arrebatando mais prémios literários e constituindo um sucesso de vendas sem precedentes. Após Harry Potter and The Goblet of Fire (2000, Harry Potter e o Cálice de Fogo), a autora vendeu os direitos de autor destes quatro primeiros volumes a uma grande companhia cinematográfica norte-americana.
O quinto volume das aventuras de Harry Potter surgiu em 2003, sob o título Harry Potter and the Order of the Phoenix (Harry Potter e a Ordem de Fénix) e , dois anos mais tarde, foi publicado o sexto volume, com o título Harry Potter & The Half Blood Prince (Harry Potter e o Príncipe Misterioso). Por fim, o sétimo e último volume das aventuras de Potter foi lançado em 2007, com o título Harry Potter and the Deathly Hallows.

Em setembro de 2003, a autora foi distinguida, em Espanha, com o Prémio Príncipe das Astúrias da Concórdia.

J. K. Rowling. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2012. [Consult. 2012-01-11].

Disponível na www: <URL: http://www.infopedia.pt/$j.-k.-rowling>


>> Na Biblioteca da Escola podes ler
  • Harry Potter e a pedra filosofal
  • Harry Potter e a câmara dos segredos
  • Harry Potter e o prisioneiro de Azkaban
  • Harry Potter e o cálice de fogo
  • Harry Potter e a ordem da Fénix
  • Harry Potter e o príncipe misterioso
  • Harry Potter e os talismãs da morte
  • Contos de Beedle, o Bardo.



» DEZEMBRO 2011

David Machado


David Machado nasceu em Lisboa em 1978. Licenciou-se em Economia mas acabou por trocar os números pelas letras.

É autor dos romances O Fabuloso Teatro do Gigante (2006) e Deixem falar as Pedras (2011), do livro de contos Histórias Possíveis (2008) e de vários livros infantis.

Em 2005, o seu conto infantil A Noite dos Animais Inventados recebeu o Prémio Branquinho da Fonseca, da Fundação Calouste Gulbenkian e do jornal Expresso, e desde então publicou mais três contos para crianças: Os Quatro Comandantes da Cama Voadora, Um Homem Verde num Buraco muito Fundo e O Tubarão na Banheira, distinguido com o Prémio Autor SPA/RTP 2010 de Melhor Livro Infanto-Juvenil.

Em 2007 foi escolhido para representar Portugal no projeto Scritture Giovani do Festivaletteratura de Itália. Tem livros publicados em Itália e Marrocos e contos presentes em antologias e revistas literárias em Itália, Alemanha, Reino Unido, Alemanha, Islândia e Marrocos. Traduziu os livros O Herói das Mulheres, de Adolfo Bioy Casares, e Obrigada pelo Lume, de Mario Benedetti.

Atualmente a viver em Lisboa, David Machado participa com regularidade em encontros sobre literatura em escolas e bibliotecas e os seus livros estão no Plano Nacional de Leitura.



» NOVEMBRO 2011

Luis Sepúlveda

http://www.wook.pt/
Escritor chileno, Luis Sepúlveda nasceu a 4 de outubro de 1949, em Ovalle, uma pequena aldeia no Norte do país. Os seus pais eram menores e haviam fugido juntos mas, perseguidos pelas autoridades, chegaram por fim a uma hospedaria onde a sua mãe deu à luz o fruto dessa aventura de amor.

Luis Sepúlveda começou a escrever quando frequentava o Liceu de Santiago do Chile. Curiosamente, compunha contos pornográficos que recopiava para vender aos seus colegas. Ingressou nas fileiras da Juventude Comunista chilena em 1964, o que não o impediu de continuar a escrever, desta feita poesia e contos de natureza mais séria. Em 1969 publicou Crónicas de Pedro Nadie, compilação de contos que lhe valeu o Prémio Literário da Casa das Américas.

Em 1970 conseguiu um diploma em Encenação Teatral, atividade que começou a exercer, dedicando também parte do seu tempo à política, à direção de uma cooperativa agrícola e à locução de programas de rádio. Em 1973 deu entrada na estrutura militante do Partido Socialista, chegando a fazer parte da segurança pessoal de Salvador Allende.

Era ainda um estudante quando, nesse mesmo ano, o General Augusto Pinochet chegou ao poder. Aprisionado, foi julgado por um tribunal militar em fevereiro de 1975, e acusado de traição à pátria e conspiração subversiva, entre outros crimes
.
Escapando à pena de morte, habitual em casos semelhantes, foi condenado a vinte e oito anos de cadeia. Encarcerado em Temulo, estabelecimento prisional político, conviveu com alguns dos mais de trezentos professores universitários que Pinochet tornou cativos. Em 1977, graças à persistência da Amnistia Internacional, viu a sua pena ser comutada para oito anos de exílio na Suécia.

Em 1989 publicou o seu primeiro romance, Un Viejo Que Leía Novelas De Amor (O Velho Que Lia Romances de Amor), que se revelou um sucesso imediato e internacional, tendo sido traduzido para cerca de trinta e cinco línguas. Luis Sepúlveda dedicou a obra a um amigo assassinado pelo regime do ditador chileno.

Autorizado finalmente a regressar ao Chile ao fim de dezasseis anos de exílio, o autor continuou a escrever, publicando obras como Mundo Del Fin Del Mundo (1989, Mundo no Fim do Mundo), Patagonia Express(1995, Patagónia Express), Diario di un Killer Sentimentale (1996, Diário de um Killer Sentimental), Historia de una Gaviota y del Gato que le Enseñó a Volar (1996, História de uma Gaivota e do Gato que a Ensinou a Voar), Desencuentros (1997, Encontro de Amor num País em Guerra), Historias Marginales (2000, As Rosas de Atacama), Hot Line (2002), Moleskine: Apuntes e Reflexiones (2004, Uma História Suja) e Los Peores Cuentos de los Hermanos Grim (2005, Os Piores Contos dos Irmãos Grim), tendo este último sido escrito em parceria com Mario Delgado Aparaín.
Nas obras que se seguiram O Poder dos Sonhos, em 2006, e Crónicas do Sul, em 2008, o escritor usa o seu país como tema da narrativa. Ainda em 2008 o autor regressa à ficção com A Lâmpada de Aladino,13 contos cujos temas vão desde a Alexandria de Kavafis, o Carnaval em Ipanema, até uma cidade de Hamburgo fria e chuvosa, a Patagónia, o Santiago do Chile nos anos 60, a recôndita fronteira do Peru, a Colômbia e o Brasil.


Luis Sepúlveda. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2011. [Consult. 2011-11-02].

Disponível na www: <URL: http://www.infopedia.pt/$luis-sepulveda>.


Ler entrevista com Luis Sepúlveda


>> Na Biblioteca da Escola podes ler
  • História de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar
  • O velho que lia romances de amor
  • A sombra do que fomos



» OUTUBRO 2011

Gabriel García Márquez

Escritor colombiano nascido a 6 de março de 1928 em Aracataca, um pequeno entreposto do comércio de bananas. Desde logo deixado ao cuidado dos seus avós, um coronel na reserva, ex-combatente na guerra civil, e uma apaixonada pelas tradições orais indígenas, estudou na austeridade de um colégio de jesuítas.

Terminando os seus estudos secundários, ingressou no curso de Direito da Universidade de Bogotá, mas não o chegou a concluir. Fascinado pela escrita, transferiu-se para a Universidade de Cartagena, onde recebeu preparação académica em Jornalismo. Publicou o seu primeiro conto, "La Hojarasca", em 1947. No ano seguinte, deu início a uma carreira como jornalista, colaborando com inúmeras publicações sul-americanas.

No ano de 1954 foi especialmente enviado para Roma, como correspondente do jornal El Espectador mas, pouco tempo depois, o regime ditatorial colombiano encerrou a redação, o que contribuiu para que Márquez continuasse na Europa, sentindo-se mais seguro longe do seu país.

Em 1955 publicou o seu primeiro livro, uma coletânea de contos que já haviam aparecido em publicações periódicas, e que levou o título do mais famoso, La Hojarasca. Passando despercebida pelo olhar da crítica, a obra inclui contos que lidam compassivamente com a realidade rural da Colômbia.

Em 1967 publicou a sua obra mais conhecida, o romance Cien Años De Soledad (Cem Anos de Solidão), romance que se tornou num marco considerável no estilo denominado como realismo mágico. Em El Otoño Del Patriarca (1977), Márquez conta a história de um patriarca, cuja notícia da morte origina uma autêntica luta de poder.

Uma outra obra tida entre as melhores do escritor é Crónica De Una Muerte Anunciada (1981, Crónica de uma Morte Anunciada), romance que descreve o assassinato de um homem em consequência da violação de um código de honra. Depois de El Amor En Los Tiempos De Cólera(1985, Amor em Tempos de Cólera), o autor publicou El General En Su Laberinto (1989), obra que conta a história da derradeira viagem de Simão Bolívar para jusante do Rio Magdalena. Em 2003, as Publicações D. Quixote editam, deste autor, Viver para Contá-la, um volume de memórias de Gabriel García Márquez onde o autor descreve parte da sua vida. Em 2005 foi publicada outra obra de sucesso Memoria de Mis Putas Tristes (Memória das Minhas Putas Tristes).

Gabriel García Márquez foi galardoado com o Prémio Nobel da Literatura em 1982.

Gabriel García Márquez. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2011. [Consult. 2011-10-16].
Disponível na www: <URL: http://www.infopedia.pt/$gabriel-garcia-marquez>.

>> Na Biblioteca da Escola podes ler
  • Crónica de uma morte anunciada
  • Amor em tempos de cólera
  • Doze contos peregrinos


» SETEMBRO 2011 


Sophia de Mello Breyner Andresen

O autor do mês escolhido para o início deste ano letivo foi Sophia de Mello Breyner Andresen. Sophia é, sem sombra de dúvida, um dos maiores vultos das letras portuguesas contemporâneas, tendo sido a primeira mulher portuguesa a receber o mais importante galardão literário da língua portuguesa, o Prémio Camões, em 1999.

Para saberes tudo sobre a autora, deixamos-te aqui a indicação de dois sítios onde podes aceder à obra e à biografia desta escritora, contista, poetisa e grande humanista: 

>> Na Biblioteca da Escola podes ler
  • O cavaleiro da Dinamarca
  • Histórias da terra e do mar
  • Contos exemplares
  • Dia do mar
  • O colar

» JUNHO -------------------------------------------------------------------

Agatha Christie

Escritora inglesa, Agatha Mary Clarissa Christie nasceu em 1890 e morreu em 1976.  Por essa altura, era uma escritora conhecida internacionalmente pelas suas histórias policiais, das quais foram vendidos mais de cem milhões de exemplares.
Agatha Christie começou a escrever ficção envolvendo detetives enquanto trabalhava como enfermeira durante a Primeira Guerra Mundial. No seu primeiro romance, The Mysterious Affair at Styles, de 1920, nasceu a personagem extravagante e carismática do detetive Hercule Poirot, figura que iria reaparecer em vinte e cinco romances da autora e em inúmeras adaptações para cinema e televisão. Mais tarde, a senhora Jane Marple tornou-se uma outra personagem conhecida das suas histórias. Apareceu pela primeira vez na obraMurder at the Vicarage, de 1930.
Agatha Christie é uma das mais populares escritoras de sempre, apreciada por leitores de todas as idades e com formação dos mais diversos tipos. A sua obra constitui, por isso, um marco importante da história do romance policial.


Agatha Christie. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2011. [Consult. 2011-06-06].
Disponível na www: <URL: http://www.infopedia.pt/$agatha-christie>.

 Na Biblioteca da Escola podes ler
- Sangue na piscina
- O mistério dos sete relógios
- Maré de sorte
- Morte no Nilo
- O cão da morte


» MAIO -------------------------------------------------------------------


Manuel António Pina

Poeta, autor de livros infantis e tradutor. É licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra. Entre 1971 e 2001 foi jornalista profissional no Jornal de Notícias (Porto), onde desempenhou igualmente funções de editor e chefe de redacção. Além do JN, tem ainda colaboração dispersa por outros órgãos de comunicação, entre imprensa escrita, rádio e televisão (República, Diário de Lisboa, O Jornal, Expresso, Jornal de Letras, Artes e Ideias, Marie Claire, Visão, Rádio Porto, RTP, Península (Barcelona), etc.). Foi também professor da Escola Superior de Jornalismo do Porto e membro do Conselho de Imprensa. É actualmente (Março 2003) colunista da revista Visão.

A obra de Manuel António Pina consegue uma forte coesão, mantendo em ambos os registos — o da poesia e o da chamada “literatura para a infância” — aquilo que já foi classificado como “um discurso de invulgar criatividade e de constante desafio à inteligência do leitor”, qualquer que seja a sua idade.




Artes & Espetáculos

Prémio Camões para o escritor Manuel António Pina (RTP)





Na Biblioteca da Escola podes ler
- Poesia reunida 





» MARÇO / ABRIL --------------------------------------------------------




Autores presentes na Feira do Livro - Chaves 2011


Ana Macedo



Ana Macedo nasceu em Vila Nova de Gaia em 1985 .Aprendeu a ler aos três anos, aos cinco queria ser escritora e aos catorze escreveu um romance que enviou para algumas editoras, até que uma delas o publicou. Assim surgiu o romance Lágrimas Coloridas, fruto de uma maturidade precoce onde a autora partilha com o leitor a essência de si própria.
Está envolvida no projecto de uma nova banda, os Flat Major, como autora das letras das suas músicas e a terminar o seu próximo romance...


Maria João Lopo de Carvalho
 Maria João Lopo de Carvalho nasceu em 1962 e licenciou-se em Línguas e Literaturas Modernas pela Universidade Nova de Lisboa. Professora de Português e de Inglês no ensino público e privado, representante em Portugal dos colégios ingleses Pilgrims, fundou e dirigiu a Know How, Sociedade de Ensino de Línguas e a Know How, Edições Produções e Publicidade destinada à tradução e à criação de livros personalizados para crianças e à concepção anual do Guia da Criança.


Manuel Araújo

Manuel António Teixeira Araújo é licenciado em Filologia Românica pela Universidade de Coimbra e mestre em Língua e Literatura Portuguesas pela Universidade do Minho. É professor efectivo da Escola Secundária Fernão de Magalhães em Chaves. Publicou três romances: "É Tão Cruel ter Memória" (Colibri), "A Cidade do Patriarca" (Pé de Página) e “A Aldeia das Mulheres” (Lugar da Palavra). Foi galardoado com os seguintes prémios: Prémio Nacional na modalidade de Conto, instituído pela Câmara Municipal de Lisboa, freguesia de Santo António dos Olivais (1991); Prémio Revelação na modalidade de Ensaio, pela APE (2001); 2.º prémio do Concurso Nacional de Poesia Agostinho Gomes (2004).


Manuel Cardoso
          
Manuel Cardoso nasceu em 1958, em Macedo de Cavaleiros, e estudou em Cernache (Coimbra), Macedo de Cavaleiros e Mirandela, antes de se licenciar em Medicina Veterinária em Lisboa. Casado e pai de três rapazes, vive actualmente em Latães, no concelho de Macedo de Cavaleiros.
Lecciona na Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Bragança, exercendo ainda a profissão de médico-veterinário em Macedo de Cavaleiros.
Publicou diversos textos científicos, destacando-se Glossário de Equídeose um livro de contos, Quartzo.
Escreveu os romances Um Tiro na Bruma e O Segredo da Fonte Queimada.

João Chaves
   
Nasceu a 23 de Setembro de 1954, em Ardãos, concelho de Boticas, onde frequentou o ensino primário. Concluiu o curso liceal no Liceu Nacional de Chaves e, em 1973 passou mais de seis meses em França, onde se preparava para passar a viver caso não acontecesse o 25 de Abril de 74.
Ainda em Chaves, frequentou o e concluiu o Curso do Magistério Primário, tendo posteriormente concluído a Licenciatura em Línguas e Literaturas Modernas, na Faculdade de Letras do Porto.
Foi professor de Francês na Escola Secundária Dr. Júlio Martins, em Chaves, ainda nos anos 70 e actualmente é professor no Agrupamento de Escolas D. António Ferreira Gomes, em Ermesinde

Rui de Sousa
    
Rui de Sousa nasceu em São João da Madeira, em 1973. Com dezassete anos chega a Coimbra para jogar futebol na Associação Académica OAF e para se licenciar em Geografia na Faculdade de Letras. Começou aos vinte e um anos a exercer a profissão que hoje desempenha: a de professor.
Actualmente exerce funções docentes na Escola Secundária Dr. Júlio Martins, em Chaves.


João Morgado
   
João Morgado nasceu na Covilhã. Formado em Comunicação pela Universidade da Beira Interior, fez um mestrado na Universidad Pontifícia de Salamanca e trabalhou alguns anos como jornalista. Actualmente, escreve crónicas de opinião, colabora com o semanário SOL, é director do site Kaminhos.com, formador e consultor de comunicação e imagem no meio empresarial e político. É autor de Covilhã e A Estrela, Covilhã e a Imprensa – Memórias do Primeiro Século – 1864/1964 e da Colectânea de Poesia Contemporânea.



» FEVEREIRO -------------------------------------------------------------

José Eduardo Agualusa


Escritor angolano nascido a 13 de Dezembro de 1960, no Huambo, de ascendência portuguesa e brasileira. Em 1975 veio estudar Silvicultura e Agronomia para Lisboa, acabando, no entanto, por abandonar os estudos para se dedicar ao jornalismo e à literatura.
Membro da União dos Escritores Angolanos, colaborou em numerosos jornais e revistas, como o Expresso, o Semanário, o África Jornal e o Público.
Em livro, publicou A Conjura (1989), D. Nicolau Água-Rosada e Outras Estórias Verdadeiras e Inverosímeis (1990), Coração dos Bosques (1991), A Feira dos Assombrados (1992), O Ano em que Zumbi Tomou o Rio (2002) e O Vendedor de Passados (2004), entre outros. O romance Nação Crioula, vencedor do Prémio RTP em 1997, confirmou-o como uma das mais importantes vozes da literatura africana de expressão portuguesa. Entre outros prémios que recebeu, constam o Grande Prémio Gulbenkian de Literatura para crianças (2002) e o XII Prémio "Independent" de Ficção Estrangeira (2007), com o romance O Vendedor de Passados, tendo sido o primeiro angolano galardoado com este prémio do Reino Unido.

José Eduardo Agualusa. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2011. [Consult. 2011-02-08].
Disponível na www: <URL: http://www.infopedia.pt/$jose-eduardo-agualusa>.


Na Biblioteca da Escola podes ler

- Catálogo de Sombras
- Passageiros em trânsito
- Vendedor de passados
- O ano em que Zumbi tomou o rio   
   
Ligações para saber mais sobre José Eduardo Agualusa

- Programa " Metropolis  (RadarCultura) - ver aqui
- Entrelinhas  (RadarCultura) - ver aqui
- António Sala entrevista José Eduardo Agualusa -  ouvir aqui




» JANEIRO -------------------------------------------------------
 

Vergílio Ferreira 





Vergílio Ferreira
 
Vergílio Ferreira (1916-1996) nasceu em Melo, Serra da Estrela, e faleceu em Lisboa. Frequentou o Seminário do Fundão (1926-1932) e licenciou-se em Filologia Clássica na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (1940). A par do trabalho de escrita, foi professor de Português e de Latim em várias escolas do país. Inicialmente neo-realista, depressa Vergílio Ferreira se deixou influenciar pelos existencialistas franceses (André Malraux e Jean-Paul Sartre), iniciando um caminho próprio a partir do romance Mudança (1949). É considerado um dos mais importantes romancistas portugueses do século XX, tendo ganho vários prémios, entre eles o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores (ganho duas vezes, primeiro com o romance Até ao Fim e depois com o romance Na tua Face), e o Prémio Femina na França com o romance Manhã Submersa.

FICÇÃO: O Caminho Fica Longe (1943), Onde Tudo Vai Morrendo (1944), Vagão J (1946), Mudança (1949), A Face Sangrenta (1953), Manhã Submersa (1953), Apelo da Noite (1963), Aparição (1959), Cântico Final (1960), Estrela Polar (1962), Alegria Breve (1965), Nítido Nulo (1971), Apenas Homens (1972), Rápida, a Sombra (1974), Contos (1976), Signo Sinal (1979), Para Sempre (1983), Uma Esplanada sobre o Mar (1986), Até ao Fim (1987), Em Nome da Terra (1990), Na tua Face (1993), Cartas a Sandra (1996).

ENSAIO: Sobre o Humorismo de Eça de Queirós (1943), Do Mundo Original (1957), Carta ao Futuro (1958), Da Fenomenologia a Sartre (1963), Interrogação ao Destino, Malraux (1963), Espaço do Invisível I (1965), Invocação ao meu Corpo (1969), Espaço do Invisível II (1976), Espaço do Invisível III (1977), Um Escritor Apresenta-se (1981), Espaço do Invisível IV (1987)

DIÁRIO: Conta-Corrente I (1980), Conta-Corrente II (1981), Conta-Corrente III (1983), Conta-Corrente IV (1986), Conta-Corrente V (1987), Pensar (1992), Conta-Corrente I - Nova Série (1993), Conta-Corrente II - Nova Série (1993), Conta-Corrente III - Nova Série (1994), Pensar (1992), Conta-Corrente I - Nova Série (1993), Conta-Corrente II - Nova Série (1993), Conta-Corrente IV - Nova Série (1994).





http://alfarrabio.di.uminho.pt/vercial/vergilio.htm



Na Biblioteca da Escola podes ler /consultar




- Aparição
- Estrela Polar  
- Manhã submersa  
- Contos 
- A estrela (análise da obra)   
- Aparição (análise da obra)   
- Contos (análise da obra) 
   
Ligações para saber mais sobre Vergílio Ferreira
 
- Programa " Grandes Livros - Aparição"  (RTP2) - ver aqui


- Programa "Vergílio Ferreira - Retrato à minuta" (RTP2) - ver aqui 


- Programa "Câmara Clara" (RTP2) - ver aqui


- "A Neve", peça de teatro a partir de contos de Vergílio Ferreira - ver aqui

      
» DEZEMBRO -------------------------------------------------------
 


Mia Couto

Escritor e jornalista moçambicano, António Emílio Leite Couto nasceu em 1955, na Beira, filho de uma família de emigrantes portugueses chegados a Moçambique no princípio da década de 50. Fez a escola primária na Beira. Em 1971, iniciou os seus estudos de Medicina na Universidade de Lourenço Marques (actualmente, Maputo). Por esta altura, o regime exercia grande pressão sobre os estudantes universitários. Ligado à luta pela independência de Moçambique, tornou-se membro da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO).

A partir do 25 de Abril e da independência de Moçambique, interrompeu os estudos para trabalhar como jornalista, em primeiro lugar, em A Tribuna , juntamente com Rui Knopfli. Nessa altura tornou-se também director da Agência de Informação de Moçambique (AIM). Participou na revista Tempo até 1981, ficando, depois, no Notícias até 1985. Altura em que ingressou na Universidade Eduardo Mondlane para tirar o curso de Biologia.
O seu primeiro livro, Raiz de Orvalho (poemas), foi publicado em 1983. Segundo o próprio autor, consiste numa espécie de contestação contra o domínio absoluto da poesia militante e panfletária. Seguiram-se, entre outros, Vozes Anoitecidas (1986), livro de contos com que se estreou na ficção e que foi premiado pela Associação de Escritores Moçambicanos; Cada Homem é uma Raça (1990), Cronicando (1988), livro de crónicas; Terra Sonâmbula (1992), o seu primeiro romance; Estórias Abensonhadas (1994), A Varanda do Frangipani (1996), Contos do Nascer da Terra (1997), Vinte e Zinco (1999) e Um Rio Chamado Tempo, Uma Casa Chamada Terra (2002).
Em 2001, em Portugal, Mia Couto recebeu na Fundação Calouste Gulbenkian o Prémio Literário Mário António (prémio atribuído a escritores africanos lusófonos ou escritores timorenses de três em três anos) pela sua obra O Último Voo do Flamingo .


Mia Couto. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2010. [Consult. 2010-12-03].  

Disponível na www: <URL: http://www.infopedia.pt/$mia-couto>.


Na Biblioteca da Escola podes ler
- Mar me quer
- Cronicando
- Contos do nascer da terra
- O fio das missangas
- Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra
- O último voo do flamingo
- Terra sonâmbula (adaptado ao cinema)


Ligações para saber mais sobre Mia Couto 
 
- Trailer do filme "Terra sonâmbula" - ver aqui


- Excerto do programa Entre Nós (RTP - Maio de 2006) - ver aqui 


- Programa "Sempre um Papo", com Mia Couto e Agualusa - ver aqui


- Mia Couto fala de livros no Sapo Livros - ver aqui


   
» NOVEMBRO -------------------------------------------------------
   
 O autor escolhido para o mês de Novembro é o Pe. António Vieira. Figura maior das letras portuguesas, a sua obra será estudada na disciplina de Português, no 11º ano.
 
Retrato do Padre António Vieira (Sec. XVIII)
Padre António Vieira



Notável prosador e o mais conhecido orador religioso português, o Padre António Vieira nasceu em 1608, em Lisboa, filho primogénito de um modesto casal burguês, e faleceu na Baía em 1697.
Quando tinha apenas seis anos, os seus pais mudaram-se para a Baía, no Brasil, tendo aí iniciado os seus estudos.
Os jesuítas tinham sido desde sempre os portadores da cultura e civilização no Brasil, com relevo especial para os Padres José de Anchieta e Manuel de Nóbrega. Assim sendo, cursou Humanidades no colégio da Companhia de Jesus, onde revelou bem cedo dotes excepcionais. Aos 15 anos, motivado pela sua fé na Virgem das Maravilhas na Sé baiana e por um sermão que ouviu sobre as torturas do Inferno, Vieira teve o seu famoso "estalo" e decidiu ingressar na Companhia de Jesus. Ante a oposição dos pais, Vieira fugiu de casa e prosseguiu a sua formação, em que predominavam as Humanidades Clássicas (principalmente o latim), a Filosofia e a Teologia, com especial relevo para a Sagrada Escritura. Guiado pelos pressupostos e práticas jesuíticas, que apontavam para o objectivo primordial da salvação do próximo através da pregação, exerceu a sua função evangelizadora junto dos indígenas de uma aldeia onde passou algum tempo.Todavia, cedo regressou à capital de forma a continuar a sua formação. Ao entrar no segundo ano do seu noviciado, assistiu à brusca invasão dos holandeses na Baía, tendo de refugiar-se no interior da capitania. Começara, então, a Guerra Santa entre Portugal e os inimigos de Deus, a que Vieira não ficou alheio durante mais de 25 anos. Descrevendo estes eventos calamitosos do ano de 1624, na "Carta Ânua" ao Padre Geral em Roma, Vieira deixou claro que a sua actividade não se limitaria a ser meramente religiosa, pois os preceitos jesuíticos, que apontavam para a emulação e o instinto de luta, levavam-no a bater-se pela justiça.
Em 1625 António Vieira fez votos de pobreza, castidade e obediência e, propondo-se missionar entre os ameríndios e escravos negros, estudou a "língua geral" (tupi-guarani) e o quimbundo. Foi nomeado professor de Retórica no colégio dos Padres em Olinda, onde permaneceu dois ou três anos, tendo depois voltado à Baía com o fito de seguir os cursos de Filosofia e Teologia. Ordenado padre em Dezembro de 1634, depressa se avolumou a sua fama de orador e se celebrizaram os seus sermões que reflectiam as vicissitudes da Baía, em luta contra os holandeses, e criticavam a ganância, a injustiça e a corrupção. Em 1641, restaurada a independência, Vieira acompanhou o filho do governador, que vinha trazer a adesão do Brasil a D. João IV, à Metrópole. Em Lisboa, começou a pregar em S. Roque e logo o seu talento se espalhou pela cidade. Segundo o testemunho de D. Francisco Manuel de Melo, a afluência às pregações era tal que, como se de provérbio se tratara, corria a frase: "Manda lançar tapete de madrugada em S. Roque para ouvir o Padre António Vieira". Cativa o favor de D. João IV, que não tardou em convidá-lo a pregar na capela real, onde ele proferiu o seu primeiro sermão no dia 1 de Janeiro de 1642. Dois anos depois foi nomeado pregador régio. Nos numerosos sermões desta época da sua vida, Vieira não se cansava de animar o auditório a perseverar na luta desigual com Castela e propunha medidas concretas para a solução de problemas, inclusive de ordem económica. A sua situação privilegiada dentro da corte teria contribuído para que fosse encarregue de diversas missões diplomáticas na Holanda, França e Itália, como foi o caso do casamento do príncipe Teodósio. Em 1644, António Vieira proferiu os votos definitivos, depois de ter feito o terceiro ano de noviciado em Lisboa. A Companhia de Jesus começou a ver com maus olhos a sua influência nos destinos do país, ameaçando-o de ser expulso da Companhia. A pedido da mesma, voltou ao Brasil em 1653, para o estado do Maranhão e aí assumiu um papel muito activo nos conflitos entre jesuítas e colonos, como paladino dos direitos humanos, a propósito da exploração dos indígenas. No ano seguinte pregou o Sermão de Santo António aos Peixes. Foi expulso do Maranhão pelos colonos, em 1661, e regressou a Lisboa.
De novo na capital, D. João IV, seu protector, havia falecido e D. Afonso VI, instigado pelos inimigos do orador, desterrou-o para o Porto e, mais tarde, para Coimbra. Perfilhando as novas expectativas sebastianistas que encontrou no reino, que se baseavam no juramento de D. Afonso Henriques, nas cartas apócrifas de São Bernardo, nas profecias atribuídas a São Frei Gil e nas famosas trovas de Bandarra, escreveu o Sermão dos Bons Anos, em 1642. Foi nesta altura que a Inquisição o prendeu sob a acusação de que tomava a defesa dos judeus, acreditava nas possibilidades de um Quinto Império e nas profecias de Bandarra. Entretanto, a situação política alterou-se. Destituído D. Afonso, subiu ao trono D. Pedro II. António Vieira foi amnistiado e retomou as pregações em Lisboa. Em 1669 parte para Roma como diplomata e obtém grande sucesso como pregador, combatendo o Tribunal do Santo Ofício. Na Cidade Eterna, continuou a defesa acérrima dos judeus e ganhou grande reputação, encantando com a sua eloquência o Papa Clemente X e a rainha Cristina da Suécia. Regressou a Portugal em 1675; mas, agora sem apoios políticos e desiludido pela perseguição aos cristãos-novos (que tanto defendera), retirou-se de vez para a Baía em 1681 onde se entregou ao trabalho de compor e editar os seus Sermões. A sua prosa é vista como um modelo de estilo vigoroso e lógico, onde a construção frásica ultrapassa o mero virtuosismo barroco. A sua riqueza e propriedade verbais, os paradoxos e os efeitos persuasivos que ainda hoje exercem influência no leitor, a sedução dos seus raciocínios, o tom por vezes combativo, e ainda certas subtilezas irónicas, tornaram a arte de Vieira admirável. As obras Sermões, Cartas e História do Futuro ficam como testemunho dessa arte.
Padre António Vieira . In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2010. [Consult. 2010-11-04].
Disponível na www: <URL: http://www.infopedia.pt/$padre-antonio-vieira>.

Na Biblioteca da Escola podes ler / consultar:

- Sermão de Santo António aos Peixes (obra)
- Sermão de Santo António aos Peixes (o texto em análise) - Fernanda Carrilho
- Sermão de Santo António aos Peixes (cd audio), textos ditos por Ary dos Santos
- António Vieira: o homem, a obra, as ideias - José Van Den Besselaar
- Palavra e Utopia (DVD) - de Manoel de Oliveira 
- A missão (DVD) - de Roland Joffé

Ligações para saber mais sobre Pe António Vieira  


- Programa Câmara Clara sobre Pe António Vieira


- Grandes Livros - Sermão de Sto. António aos Peixes


» OUTUBRO -------------------------------------------------------


O autor escolhido para o mês de Outubro é um dos autores maiores da literatura mundial. Foi galardoado com o Prémio Nobel da Literatura em 2010.

Mário Vargas Llosa














Mario Vargas Llosa (Reuters)
Escritor peruano, nasceu em 28 de Março de 1936 em Arequipa, no Peru. O seu empenho em relação a mudanças sociais é evidente nos seus romances, peças e ensaios. O escritor pertence à escola do realismo mágico e faz parte da explosão de talentos dos anos 60 da literatura latino-americana. Na sua carreira política começou por ser comunista, mas virou-se para a direita. Em 1990 candidatou-se à presidência da República do Peru, sendo vencido pelo candidato Alberto Fugimori. Tem sido criticado por estar à margem da comunidade dos índios Quechua.

Vargas Llosa foi educado em Cochabamba, na Bolívia, onde o seu avô era cônsul do Peru. Entrou para a escola militar de Lima em 1950. Depois da sua primeira publicação, em 1952, de La huida del Inca , um peça em três actos, as suas histórias são editadas nas revistas literárias peruanas Cuadernos de composición (1956-57) e Literatura (1958-59). Trabalhou como jornalista e locutor e frequentou a Universidade de Madrid. Em 1959 mudou-se para Paris, onde viveu até 1966.

O primeiro romance de Vargas Llosa, La ciudad y los perros , de 1963, foi muito bem recebido, e está traduzido em mais de uma dúzia de línguas. A acção passa-se no Colégio Militar de Leoncio Prado e descreve a luta dos adolescentes para sobreviver a acontecimentos violentos e hostis. A corrupção na escola reflecte os males que afectam o Peru.
O romance La casa verde (1966) situa-se na selva peruana e combina os elementos míticos, populares e heróicos para apreender os elementos sórdidos, trágicos e a realidade fragmentada dos seus caracteres. Los cachorros (1967) é um retrato psicanalítico de um adolescente que foi acidentalmente castrado. Conversación en la Catedral (1969) é uma história passada na altura do regime de Manuel Odria (1948-56). O romance Pantaleón y las visitadoras (1973), constitui uma sátira acerca do regime militar e do fanatismo religioso. La tía Julia y el escribidor (1977) combina duas narrativas com pontos de vista diferentes, sendo uma obra semi-autobiográfica.

Vargas Llosa escreveu vários estudos críticos sobre escritores. Publicou um estudo sobre o ficcionismo de Gabriel García Márquez intitulado, García Márquez: Historia de deicidio (1971), outro estudo sobre Gustave Flaubert em La orgía perpetua: Flaubert y "Madame Bovary" (1975) e ainda um estudo dos trabalhos de Jean-Paul Sartre e Albert Camus, intitulado Entre Sartre e Camus (1981).

Depois de viver três anos em Londres, passou a escrever na residência da Universidade estatal de Washington, em 1969. Em 1970 estabeleceu-se em Barcelona. Em 1974 regressou a Lima, leccionando e dando conferências por todo o mundo. Publicou em 1978 uma colecção de ensaios críticos. Em 1982, escreveu La guerra del fin del mundo , uma reflexão sobre os conflitos políticos do Brasil no século XIX. Este livro tornou-se um "best-seller" nos países de expressão espanhola. Em 1983 escreveu a peça La Señorita de Tacna que foi representada em inglês na cidade de Nova Iorque. A peça La Chunga (1986) também foi alvo de críticas favoráveis.

 
Mário Vargas Llosa. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2010. [Consult. 2010-10-11].
Disponível na www: <URL: http://www.infopedia.pt/$mario-vargas-llosa>.





Livros do autor publicados em Portugal:

 
- A Guerra do Fim do Mundo
- História de Mayta
- A cidade e os cães
- Quem matou Palomino Molero?
- Elogio da madrasta
- O falador
- A tia Júlia e o escrevedor
- Pantaleão e as visitadoras
- Conversa na catedral 
- Como Peixe na Água: Memórias
- Lituma nos Andes
- A guerra do fim do mundo
- Cadernos de Dom Rigoberto
- Cartas a um jovem romancista
- A festa do chibo
- A casa verde
- O paraíso na outra esquina
- A tia Júlia e o escrevedor
- Travessuras da menina má
- Israel Palestina: paz ou Guerra Santa
- Diário do Iraque 





Na Biblioteca da Escola podes ler:

- Pantaleão e as Visitadoras



Ligações para saber mais sobre Mário Vargas Llosa
 

Mário Vargas Llosa (site do autor)







» SETEMBRO -------------------------------------------------------


O autor escolhido para o início deste ano lectivo é um dos maiores vultos da cultura e da literatura em Portugal.

FERNANDO PESSOA 


Fernando António Nogueira Pessoa (Lisboa, 13 de Junho de 1888 — Lisboa, 30 de Novembro de 1935), mais conhecido como Fernando Pessoa, foi um poeta e escritor português.

É considerado um dos maiores poetas da Língua Portuguesa, e da Literatura Universal, muitas vezes comparado com Luís de Camões. O crítico literário Harold Bloom considerou a sua obra um "legado da língua portuguesa ao mundo".

Por ter crescido na África do Sul, para onde foi aos sete anos em virtude do casamento de sua mãe, Pessoa aprendeu a língua inglesa. Das quatro obras que publicou em vida, três são na língua inglesa. Fernando Pessoa dedicou-se também a traduções desse idioma.

Ao longo da vida trabalhou em várias firmas como correspondente comercial. Foi também empresário, editor, crítico literário, activista político, tradutor, jornalista, inventor, publicitário e publicista, ao mesmo tempo que produzia a sua obra literária. Como poeta, desdobrou-se em múltiplas personalidades conhecidas como heterónimos, objeto da maior parte dos estudos sobre sua vida e sua obra. Centro irradiador da heteronímia, auto-denominou-se um "drama em gente".

http://pt.wikipedia.org/wiki/Fernando_pessoa

Na Biblioteca da Escola podes ler:


- Poesias de Fernando Pessoa
- Poesias de Álvaro de Campos
- Poesia de Alberto Caeiro
- Poesias de Ricardo Reis
- O texto em análise: Fernando Pessoa e Heterónimos
- Quadras de gosto popular
- Mensagem
- Conversas inacabadas com Alberto Caeiro
- Ficções no interlúdio
- sobre Fernando Pessoa - Drama em gente
- Unidade e diversidade em Fernando Pessoa
- Páginas de Estética e de Teoria e Crítica Literária

Podes ainda (re)visitar na BE/CRE a exposição “Os Lugares de Pessoa


Ligações para saber mais sobre FERNANDO PESSOA  
  

- Programa Câmara Clara: Programa 1, Programa 2